terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Feliz 2016 no colo do Pai!

 Desde pequenininha sempre gostei muito de ler e estudar. Não é à toa que hoje sou professora de língua portuguesa. Aprendi muitos nos meus livros, mas algo no ano que finda assimilei através da experiência. Compreendi que Deus me ama incondicionalmente. Lindo isso, mas na prática o que significa? Será que se eu ler mais a Bíblia, orar mais, der mais ofertas na igreja, ouvir mais pregações, Deus me amará mais? Sendo assim o amor de Deus seria condicionado.  Já trabalhei na obra de Deus, já fui “santarrona” e hoje sou um verdadeiro NADA.
 Sei que sou  pecadora e deficiente em muitas áreas, mas o mais quimérico é que mesmo assim Deus me ama com um amor que constrange (2º Coríntios 5:14). Fico pensando na vontade que tenho de agarrar minha filha de 19 anos na rua e enchê-la de beijos e elogios, de gritar para as mocinhas de 15 anos que o rapaz mais fantástico que existe é meu filho lindo, chamá-los de bebezinhos da mamãe... Entendeu o que é um amor constrangedor? Isso não é nada perante o amor de Deus por você.  As suas falhas são muito pequenas ante ao amor romanesco de Deus.  Ele não te ama porque você é perfeito, mas porque o amor dEle é perfeito.
  Meu marido gosta muito de falar sobre a Graça de Deus. Descobri que é a coisa mais difícil de aceitar. Não entra na cabeça do indivíduo que ele devia muito, uma dívida impagável, que  aprisionava,  feria, humilhava,  separava e mutilava, mas esse encargo foi totalmente pago, não existe mais.  Não existem juros.  Acabou. Você é livre. Agora é só agradecer e descansar.  Simples assim. Você é o amorzinho dEle.   Receba!!!

Feliz 2016 no colo do PAI!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

      As novas normas da Língua Portuguesa passam a ser obrigatórias em 2016. Você está preparado?

Bruna Nicolielo (bruna.nicolielo@fvc.org.br) Nova Escola
As regras do novo acordo ortográfico passam a valer definitivamente a partir de 1º de janeiro de 2016. Se você ainda não domina todas as mudanças, precisa se preparar para adotá-las (leia as principais alterações no final desta página). Todo professor, independentemente da disciplina que leciona, deve seguir as normas para escrever corretamente em diferentes contextos - na preparação e na correção de atividades e provas, no quadro, nos bilhetes enviados aos responsáveis e em textos direcionados aos colegas de trabalho e à direção, como o planejamento.

A melhor forma de lembrar as alterações - e incorporá-las progressivamente - é manter bons materiais de consulta sempre à mão. "Uma possibilidade é recorrer a um dicionário com verbetes atualizados, que pode ficar em classe ou na sala dos professores, até que todos se familiarizem com elas", diz Clecio Bunzen, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No computador, usar versões recentes de corretores de texto também ajuda. Outra dica é preparar colas sobre aquilo que desperta mais dúvidas, como o uso do hífen, e deixá-las sempre à mão.

Bem informado e preparado, você estará apto a esclarecer questões trazidas pelos alunos e ajudá-los a revisar seus textos. Crianças em processo de alfabetização são as menos afetadas, pois já devem aprender conforme as novas regras da língua. Além disso, nas séries iniciais, não há um trabalho de reflexão sobre a acentuação ou sobre o uso do hífen - duas das principais modificações. "Nesse momento, os pequenos se preocupam com outros aspectos da ortografia, como escrever caracol com 'l' ou com 'u'", afirma Bunzen. "Quando forem estudar os acentos, as regras novas já terão sido internalizadas", afirma.

Os mais velhos, que conhecem as normas hoje em vigor, têm mais dúvidas. "Eles precisam ser orientados por meio do ensino específico do que mudou", explica Artur Gomes de Morais, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor de livros sobre o aprendizado da ortografia. Segundo ele, é importante ler palavras grafadas corretamente, especialmente nos casos em que as formas não podem ser compreendidas com regras. A recomendação, nesse caso, também é usar materiais de consulta, sem se preocupar em levar a turma a decorar as alterações não usadas com frequência.

Se a garotada se deparar com uma grafia antiga em um livro, por exemplo, pode-se incentivar a investigação do "erro", buscando a data de impressão dele. As alterações na ortografia podem ser resgatadas no momento em que essas dúvidas surgem - sem desviar, é claro, do conteúdo previsto para a aula.

O que motivou o novo acordo

As mudanças foram planejadas visando unificar as regras do idioma no Brasil, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, em Portugal, em Angola, na Guiné-Bissau, em Moçambique e no Timor Leste, que vêm discutindo o tema desde os anos 1990. O fator econômico foi determinante, pois a padronização vai facilitar a integração comercial.

A unificação pode ainda estimular o intercâmbio científico e cultural entre esses países. Embora todos falem a mesma língua, nem sempre é fácil entender além de suas fronteiras o texto escrito em um deles. E isso impede que as culturas nacionais transitem de um país para outro. "Com a reforma, é esperado que os bens culturais dessas nações, como as produções literárias, ganhem maior projeção e passem a ser mais consumidos fora de seu território de origem", explica Ulisses Infante, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e autor de diversas obras sobre a língua.

A reforma não atinge todos os países da mesma maneira. No Brasil, por exemplo, 2 mil palavras sofreram alterações, ou seja, 0,5% do total. Já em Portugal cerca de 10 mil termos mudaram - 1,5%. Lá, "óptimo" e "acção" passaram a ser grafados como por aqui ("ótimo" e "ação"), aproximando-se da linguagem oral comum no nosso país.

Mudanças ortográficas não são uma novidade no Brasil. As primeiras ocorreram em 1943, com o propósito de aproximar as normas oficiais da língua usada no cotidiano, incorporando brasileirismos, por exemplo. Assim, foram endossadas grafias como "comércio" e "farmácia", que já eram usadas por aqui juntamente com "commercio" e "pharmacia" - comuns em Portugal.

Uma nova atualização ocorreu em 1971. Nessa, o trema nos hiatos átonos (como em "vaïdade") deixou de ser usado. Além disso, o acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o" das palavras escritas da mesma maneira, mas com sons distintos, foi eliminado. É o caso do substantivo "almôço", que levava acento para ser distinguido de "almoço", da conjugação do verbo almoçar na primeira pessoa do singular. O mesmo ocorreu com o substantivo "comêço".

Esse percurso comprova que a língua é dinâmica e se altera com o passar dos tempos. O mesmo ocorre com a ortografia, uma convenção social, fruto do momento histórico. As mudanças do idioma, portanto, devem ser analisadas de acordo com o contexto.

Mudanças na língua
1 Acento agudo
- Deixa de existir nos ditongos (encontro de duas vogais em uma só sílaba) abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade).

heróico   heroico

assembléia   assembleia


Observação: as oxítonas (com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singural e plural (anéis, chapéu e herói) continuam com acento.

- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior, que, por sua vez, faz parte de um ditongo.

feiúra   feiura

Observação: as vogais "i" e "u" continuam a ser acentuadas se formarem hiato, mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú e baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).
2 Trema
- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma.

tranqüilo   tranquilo

freqüente   frequente


Observação: o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados (como em Müller e mülleriano).
3 Acento circunflexo
- Não é mais usado nas palavras terminadas em "oo".

enjôo   enjoo

- Também desaparece o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados.

lêem   leem

Observação: nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.
4 Acento diferencial
- Nos casos abaixo, não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.

pára (forma verbal) e para (preposição)

pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)

Observação: duas palavras continuarão recebendo o acento diferencial:

Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.

Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).
5 Hífen
- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada.

anti-religioso   antirreligioso

- Caiu nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra.

auto-estrada   autoestrada

Observação: ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Uma reflexão sobre ser professor

A língua é um bem comum a todos e constitui-se uma atividade essencialmente social. Participamos em nosso dia a dia de diversas situações comunicativas, nas mais variadas práticas sociais: uma aula, uma conversa ao telefone, um bilhete ou um e-mail que escrevemos, um artigo que lemos no jornal e assim por diante. A linguagem está presente em quase tudo o que fazemos. A criança desde cedo já observa, antecipa, interpreta, interage com o mundo, dando significado aos seres, objetos e situações que a cercam.
O professor deve, portanto, considerar essa experiência do aluno e desenvolver atividades que contribuam para o aperfeiçoamento de sua forma de dar sentido às coisas do mundo. Um dos modos de enriquecer esse processo é utilizar textos dos mais variados gêneros, que divirtam, emocionem, envolvam o aluno. Uma tarefa que cabe às escolas de Ensino Fundamental é a formação de leitores e escritores autônomos, ou seja, que consigam lidar com as exigências do texto escrito de maneira voluntária, consciente e intencional, seguindo definição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): "um projeto educacional comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso a saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania".
A leitura é um processo de construção de sentido; não é apenas decifrar palavras escritas, mas também ter competência para decifrar a realidade. O leitor competente é aquele que compreende o que lê, identifica elementos implícitos, relaciona o texto que lê a outros textos já lidos, sabe que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto, justifica e valida a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. Este amadurecimento só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos diversos. A leitura sempre será um tema de preocupação para os educadores.
Devemos sempre procurar novas formas de incentivo, principalmente no Ensino Fundamental, pois é nessa etapa da vida que os alunos desenvolverão a criatividade e o senso crítico. A função do professor é avaliar os procedimentos de busca de sentido que os alunos já utilizam e incorporá-los à prática de leitura em sala de aula, contribuindo para ampliar a competência deles nessa área.
A leitura está intimamente relacionada com a escrita. Por meio de diferentes atividades de leitura, o aluno vai adquirir o hábito de observar como os textos são construídos e isso influenciará na forma com que eles produzirão seus próprios textos. Assim como o ato de ler, escrever é um processo de construção e reconstrução de sentidos em relação ao que se vê, ao que se ouve, sente e pensa. Por isso, é muito difícil para o aluno escrever sobre um assunto sobre o qual ele não faz nenhuma leitura.
Quanto mais experiências de leitura ele tiver, mais fácil será o processo de criação textual. Além disso, escrevemos um texto pensando no leitor. Marcos Bagno afirma no livro "Pesquisa na Escola - o que é, como se faz" que "saber que seu texto não será lido apenas pelo professor ou por um grupo de colegas certamente levará o aluno a querer preparar um texto bem elaborado, bem escrito, agradável de ler, coerente e interessante". Tenho visto que algumas instituições insistem em separar as aulas de "Português" e "Produção textual", o que leva na maioria das vezes ao ensino puro de gramática na primeira e a produção descontextualizada na outra.
O entendimento dessa relação leitura/escrita mostra que a escola deve diversificar as leituras e práticas de produção textual, oferecendo situações que estejam relacionadas às necessidades de uso da linguagem, assim como acontece na vida cotidiana, além de promover a reflexão sobre os diversos gêneros e o uso da língua.
O aluno deve encontrar na escola espaço aberto para expor suas ideias, opiniões, experiências vividas. Aprender a escrever, no sentido de construção do discurso, requer uma prática constante que somente é aperfeiçoada com o tempo e por meio de muitas leituras. As aulas de Língua Portuguesa, portanto, podem e devem fomentar inúmeras propostas de trabalho que possibilitem a leitura, a produção de textos e, consequentemente, a produção de sentidos. Assim, a escola estará contribuindo para a formação de sujeitos autônomos, capazes de agir sobre a sociedade em que vivem.
Por: Glayci Kelli Reis da Silva Xavier